O conceito/noção de memória norteia diversas práticas de constituição do patrimônio documental por parte dos arquivos públicos. Este processo é configurado na arquivologia pelo conjunto de técnicas identificadas como avaliação e seleção de documentos. Tais técnicas, porém, tendem a não referir-se, de forma verticalizada, aos pressupostos e implicações teóricas do conceito/noção de memória. No Brasil, este processo adquire matizes específicos, considerando-se a periferização dos arquivos públicos em relação ao Estado e à sociedade.

Esta pesquisa visa compreender a questão do uso da informação orgânica arquivística por intermédio de uma perspectiva condicionada ao esquema de tomada de decisão do usuário e ao seu comportamento diante do uso das informações. Dessa maneira, o arquivo é encarado com um serviço de acesso à informação, levando-se em consideração a intensa contribuição do campo de estudo do comportamento informacional. Diante disso, analisa-se o nível de pertinência do registro na resolução do problema suscitado, o impacto do objeto informacional nos processos organizacionais e até que ponto o documento de arquivo logrou o êxito almejado. Para isso, três cenários são estudados em três organizações distintas. O primeiro cenário engloba o usuário e seu ambiente de trabalho; o segundo destaca as formas de utilização dos documentos de arquivo. E por último, a imagem que o gestor apresenta do arquivo enquanto serviço.

Este artigo objetiva discutir a questão da acessibilidade no âmbito dos estudos de uso da informação arquivística. Apontando os arquivos como importantes unidades de informação e o papel da arquivologia na contemporaneidade, aborda a concepção dos estudos híbridos de uso da informação no contexto arquivístico a partir da definição dos estudos de usuários. Neste contexto, discute a acessibilidade quanto à informação em unidades de informação arquivística por meio do direito à informação; do acesso físico; do acesso às tecnologias da informação e comunicação; e do acesso intelectual. Destaca a iniciativa de arquivos acessíveis na internet. Conclui com a proposta de promoção dos estudos híbridos de uso da informação voltados à questão da inclusão e da acessibilidade, ampliando a abordagem “arquivos direcionados para os usuários”, tratando o acesso à informação arquivística a partir do seu direito instituído.

O estudo trata da difusão em arquivos, abordando a característica de difusão como um ponto de ligação interdisciplinar entre os estudos de informação. Apresenta o conceito de difusão, sua aplicabilidade e a perspectiva no paradigma custodial, patrimonialista, historicista e tecnicista e no paradigma pós-custodial, informacional e científico. Tendo em conta como objeto de estudo a informação orgânica no contexto dos arquivos, lançamos a seguinte problemática: como pode ser ampliada à difusão da informação orgânica contida nos arquivos, levando em consideração as transformações na sociedade da informação e, consequentemente, do profissional da informação? Tem como objetivo contribuir para o estudo da difusão da informação orgânica contida nos arquivos a partir de uma abordagem interdisciplinar. A metodologia baseou-se em revisão bibliográfica na temática de difusão e sua relação com diversas disciplinas, principalmente com a Arquivologia e a Ciência da Informação. Conclui com um conjunto de estratégias que abrange a acessibilidade, transparência, marketing aplicado a unidades de informação, mediação, literacia informacional, estudo de usuários e comportamento informacional.

Nos últimos anos, assiste-se ao crescente interesse pelos estudos voltados à competência informacional, o qual se reflete, principalmente, no número de publicações sobre o assunto e extrapola os domínios da biblioteconomia e da ciência da informação. O propósito deste artigo é, portanto, oferecer um panorama internacional, histórico e conceitual das pesquisas sobre a competência informacional, procurando mostrar alguns dos diversos desdobramentos que a reflexão sobre o tema tem apresentado nos últimos anos em países onde seu processo de legitimação já se encontra consolidado, de modo a iluminar possíveis campos de pesquisa e de ação para o profissional bibliotecário. Esta pesquisa aponta que, se os estudos iniciais acerca do tema se dedicavam a conceituá-lo, a discutir sua pertinência e a determinar habilidades e conhecimentos que lhe são inerentes, na última década pode-se perceber a proliferação de pesquisas direcionadas a descrever iniciativas ou a propor modelos em áreas que ultrapassam o campo usual, tais como ciências médicas, direito, política e informática, dentre outros. Os primeiros resultados encontrados nesta etapa da pesquisa encaminham para uma perspectiva educacional e filosófica da competência informacional, o que sugere a necessidade de maior aprofundamento e caracterização da competência informacional sob quatro dimensões: técnica, estética, ética e política, que servem tanto à competência quanto à informação.

O projeto de pesquisa Mediação da Informação e Múltiplas Linguagens, ainda não concluído, possibilita, no momento, a veiculação de resultados parciais. Entre eles, destacam-se a própria conceituação de mediação da informação – mesmo que de forma embrionária –; a distinção entre mediação implícita e explícita – oriunda da concepção de que a mediação da informação envolve e determina todo o fazer do profissional da informação –; a presença, no conceito, da concepção de interferência e de apropriação; a idéia de mediação pré-questão e pós-questão; a concepção de informação como efêmera, dependente do sujeito – embora interferindo sobre ele –, fluida e causadora de inquietações e de dúvidas; com base nessa concepção de informação, o trabalho do profissional da informação tem como essência uma quase-informação ou, como passamos a denominá-la, proto-informação; e a proposta de direcionarmos nossas discussões sobre a mediação da informação como objeto da área da Ciência da Informação.

A ampliação do uso das tecnologias da informação tem provocado a redefinição dos modelos de serviços de informação. Aborda-se a concepção de serviço de informação voltado para o usuário e suas implicações no planejamento e gestão de serviços arquivísticos. Analisa-se a literatura das últimas décadas sobre estudos de usuários em arquivos. A ênfase em estudos de usuários em arquivos tem sido maior nos níveis de satisfação com os serviços fornecidos e menos na identificação das demandas informacionais dos usuários. Os desafios daí resultantes – expansão do uso da informação arquivística e o efetivo diálogo entre arquivistas e usuários – inserem-se no cenário da gestão arquivística, mas também no da pesquisa e formação profissional.

Artigo relata duas conferências, Encontro dos Estudantes de Arquivologia no VII Congresso de Arquivologia do Mercosul, realizado em Viña del Mar, Chile, 23 de novembro de 2007, sobre as responsabilidades éticas e cidadãs na formação do arquivista; Mesa-Redonda o papel social, instrumental e político dos arquivos no Seminário Arquivo, Memória. Fundação Cultural de Santos. Santos, SP, 28 de agosto de 2009. Arquivos são essenciais, ferramentas, cidadanias, direito, historiografia, ações administrativas, técnicas, científicas, pois são provas fundamentais na eficiência da administração pública e privada. Arquivos são instrumentos insubstituíveis para a administração pública/privada, devido ao fato de integrarem os mecanismos de decisão e de ação e, nesse sentido, deveriam ter lugar tanto nas políticas públicas como nas estratégias empresariais no conhecimento práxis.