Este trabalho tem por objetivo principal discutir algumas características de documentos “sensíveis” produzidos no decorrer das atividades desenvolvidas por instituições do Estado brasileiro, durante a Ditadura de 1964-1985. No âmbito de um estudo teórico-metodológico, analisaremos as relações conceituais de um conjunto de documentos selecionados com o campo de estudos da Ciência da Informação, através de um quadro teórico preliminar. Situados nos limites fronteiriços da informação, da memória e da história, os documentos “sensíveis” e os arquivos que os guardam, conservam e custodiam, por definição são também caracterizados pelas tensões que provocam entre a memória vivida e a memória histórica. Matéria-prima dos pesquisadores, sua apropriação nem sempre se faz sem conflitos e disputas, pois exprimem fatos ou acontecimentos que ainda não estão inscritos na memória coletiva. Seriam tais arquivos depositários de nossa identidade? Para responder a essa questão é preciso compreender sua natureza e, ao acessá-los, empreender cuidados teórico-metodológicos que nos auxiliem a escapar de suas armadilhas. A depender do olhar lançado
sobre esses documentos produzidos pelo Estado, eles podem ser vistos como tesouros, mas subsequentemente, mediante o cotejo da análise de seu conteúdo com depoimentos de ex-prisioneiros políticos, advogados que os defenderam no passado ou arquivistas experimentados nesse tipo de fonte, podem se revelar verdadeiras miragens. Isto porque, ao invés de expressarem a realidade dos acontecimentos que lhes deram origem, uma vez que são documentos autênticos, podem refletir mentiras, meias verdades ou distorções. Resultados preliminares colhidos na literatura do campo informacional, da memória social e da história parecem confirmar os dilemas, paradoxos e impasses no manejo dessas fontes, suscitando desafios e cuidados metodológicos na tentativa de suplantar problemas afetos a uma sociedade que ainda não se curou de seus males.

Contextualiza o surgimento do conceito de gestão de documentos e apresenta o papel estratégico que a atividade de avaliação dos documentos de arquivo desempenha no controle do ciclo vital. Aborda as implicações do processo de avaliação de documentos com relação às “escritas da história” e a preservação da memória. Destaca na produção do conhecimento arquivístico as correntes de pensamento acerca do processo de avaliação, desde os clássicos até os pós-modernos.

Estudo sobre os princípios teóricos e metodológicos que envolvem a elaboração dos planos de classificação documental em arquivos, com ênfase no conhecimento do contexto, no qual se insere a instituição. Os princípios da teoria da classificação que regem a construção de linguagens documentárias e, em especial, as notacionais, no âmbito da organização do conhecimento, devem fundamentar a construção dos planos de classificação para documentos arquivísticos. Conclui que a Arquivologia deve aprofundar o diálogo com outras áreas do conhecimento, especialmente a Ciência da Informação, no que tange à análise e a representação do conhecimento.

Pretende-se analisar alguns aspectos da teoria da classificação. Inicialmente, busca-se verificar o que é classificação e os tipos de classificação existentes. A seguir, analisa-se a evolução das teorias e sistemas de classificação, identificando a importância da teoria da classificação facetada. Os elementos que compõem essa teoria são revisados e, depois, particularizados para uma situação específica: o mapeamento quantitativo temático de disciplinas científicas.

Breve análise sobre documento enquanto objeto informacional, objetivando localizá-lo no âmbito estrito da Ciência da Informação. Parte da hipótese de que a noção contemporânea de documento deve ser abordada segundo sua condição de informatividade. Recupera historicamente o conceito de documento, partindo da versão clássica proposta por Paul Otlet e continuada por Suzanne Briet, posteriormente retomada por discípulos franceses e espanhóis. Dentre os pesquisadores franceses, apresenta-se como significativa a contribuição de Jean Meyriat e Robert Escarpit, os quais enfatizam a noção de informação para um conceito de documento que se dá a partir do seu uso. Finaliza sob a consideração de que o documento construído pela Ciência da Informação é, hoje, concebido simultaneamente como instância física e informativa que, sob ações e condições específicas contextualizadas, otimiza a circulação social do conhecimento.

Discute, com base nos debates travados pela teoria e metodologia arquivística, o estatuto da fotografia como documento de arquivo. Mediante a análise de alguns atributos e características do registro fotográfico, é destacada sua particularidade como documento, bem como a necessidade de um enfoque contextual de sua produção e de seus papéis no processo de constituição dos próprios arquivos. O objetivo do trabalho é questionar os métodos tradicionais de organização de fotografias em arquivos, que consideram esses documentos desvinculados do restante da documentação e que valorizam os conteúdos factuais das imagens sobre quaisquer outros elementos de significação.