Contextualiza o surgimento do conceito de gestão de documentos e apresenta o papel estratégico que a atividade de avaliação dos documentos de arquivo desempenha no controle do ciclo vital. Aborda as implicações do processo de avaliação de documentos com relação às “escritas da história” e a preservação da memória. Destaca na produção do conhecimento arquivístico as correntes de pensamento acerca do processo de avaliação, desde os clássicos até os pós-modernos.

As funções arquivísticas são entendidas como o que se espera no desempenho do profissional de Arquivologia. A trajetória da arquivística corroborou para que os canadenses, mais precisamente representados por Carol Couture e Yves Rosseau, admitissem sete funções existentes dentro da área. Eles as entendiam como tarefas que o profissional de arquivo deve desempenhar. E como uma função pode ser primordial para a concepção da outra, interligando-se. Tendo em vista que o saber (científico) e o fazer (prática) são, de certa forma, intrínsecos na área, subentende-se que as funções arquivísticas devem ser parte das instituições arquivísticas. Essas funções são: a produção/criação; avaliação, classificação, descrição, difusão, preservação e aquisição, que devem ser as atividades a serem realizadas por uma instituição arquivística. Ou seja, se todas elas forem corretamente executadas, o nível de organização e de gestão tende a estar numa qualidade formidável. Este artigo tem por objetivo apresentar as funções e sua importância para ajudar a delimitar o que deve ser o papel do arquivista e das instituições, dessa forma uma tentativa para abrir o debate sobre qual ministério/secretaria a instituição deve estar atrelada.

O conceito/noção de memória norteia diversas práticas de constituição do patrimônio documental por parte dos arquivos públicos. Este processo é configurado na arquivologia pelo conjunto de técnicas identificadas como avaliação e seleção de documentos. Tais técnicas, porém, tendem a não referir-se, de forma verticalizada, aos pressupostos e implicações teóricas do conceito/noção de memória. No Brasil, este processo adquire matizes específicos, considerando-se a periferização dos arquivos públicos em relação ao Estado e à sociedade.