Estudo sobre a trajetória do conceito de classificação de documentos arquivísticos. Buscou-se a compreensão do seu desenvolvimento na literatura e no pensamento arquivístico. Trabalhou-se com a ideia de que a classificação em Arquivística é caracterizada, por um lado, pela quantidade cada vez maior de documentos acumulados pelas instituições e, por outro, pela necessidade de fundamentar as soluções de organização e recuperação dos registros documentais nos princípios consagrados internacionalmente. Os vários momentos da classificação de documentos arquivísticos refletem, muitas vezes, o clima epistemológico da época em que foram criados e aplicados.

Mesmo inicialmente desenvolvida com base num Fazer, documentado e difundido por meio de manuais na Europa do final do século XIX, a Arquivologia não se restringe a uma área eminentemente prática e requer princípios que orientem os procedimentos deste Fazer e o fundamentem em termos teóricos. Por tratar-se de uma área de Saber “nova” e, por assim dizer, ainda em processo de elaboração e desenvolvimento, necessita permanentemente revisitar seus pressupostos e estabelecer seu estatuto de ciência. Neste trabalho pretende-se apresentar reflexões em torno do Objeto científico da Arquivologia, com vistas à proposição de que há diferentes definições no âmbito de sua comunidade científica, ou ainda, de seu campo científico, além de investigar a configuração e consequências destas diferenças no campo científico brasileiro. Para fundamentar a pesquisa realizou-se revisão de literatura sobre o Objeto científico na bibliografia da área, discutindo e contextualizando seu delineamento frente à construção histórico-epistemológica da Arquivologia. Considerou-se necessária pesquisa empírica visando identificar as acepções do Objeto no campo científico brasileiro através de entrevistas junto a pesquisadores da área.

Introdução: Apresenta um panorama da Ciência da Informação em três momentos. Inicialmente, seu surgimento e consolidação na década de 1960, como confluência de vários fatos: a distinção em relação à Arquivologia, à Biblioteconomia e à Museologia; a relação com a Documentação; a ocupação do espaço institucional da Biblioteconomia; as atividades dos primeiros “cientistas da informação”; as tecnologias da informação; e o uso da Teoria Matemática. Objetivo: Analisar a ampliação vivida nas décadas seguintes com o desenvolvimento de subáreas, das caracterizações do campo e da evolução do conceito de informação. Metodologia: Revisão de Literatura. Resultados: São apresentadas as tendências contemporâneas: as sistematizações da área, os três modelos para o estudo da informação e o desafio recente de diálogo com a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia. Conclusões: muitos processos e eventos aconteceram no campo da Ciência da Informação nestes últimos 45 anos. Diferentes subáreas foram formadas, conceitos formulados e reformulados, caracterizações problematizadas e discutidas, relações com outros campos de conhecimento tensionadas e concretizadas.

Com o objetivo de contribuir para a superação da equivocidade que envolve o conceito de interdisciplinaridade, começamos por uma proposta de estabilização do sentido da palavra. Num segundo momento, procura-se mostrar que aquilo que explica o carácter recorrente com que o conceito, apesar de equívoco, continua a ser utilizado, é a procura de uma resposta positiva para o fenómeno avassalador da especialização, a tentativa de ultrapassar os graves cultos culturais, institucionais e heurísticos dele decorrentes. Finalmente, defende-se que a interdisciplinaridade é a manifestação de uma transformação epistemológica em curso e apontam-se aquelas que nos parecem ser as suas duas consequências principais: o alargamento do conceito de ciência e a transformação da Universidade.