A criação da Associação dos Arquivistas Brasileiros em 1971, a implantação de cursos de Arquivologia desde 1977 e o marco legal da profissão de arquivista em 1978 expressam uma institucionalização do campo arquivístico no Brasil. Esta tese tem o objetivo de problematizar o processo de institucionalização da arquivologia e do arquivista no Brasil, com base no discurso do movimento associativo em prol dos arquivos, materializado na revista da Associação dos Arquivistas Brasileiros. Os recursos teórico-metodológicos são da memória social, da análise do discurso vertente francesa e da Arquivologia. A pesquisa contribui na compreensão do campo arquivístico como espaço institucionalizado de profissão e de disciplina. Para além de discutir se a institucionalização do campo foi uma realização da sociedade civil organizada – movimento associativo – ou do Estado, a partir do discurso, compreende-se como pessoas compartilham um tema – os arquivos – e se organizam como associação numa relação de demanda por serem instituídos pelo e dentro do Estado.