O texto discute a possibilidade da desinformação em processos informativos como componente intrínseco da comunicação humana. Em parte é fenômeno normal, por conta de dupla seletividade: nosso aparato perceptor capta o que lhe é viável captar, e cada sujeito capta de acordo com seus interesses. O problema está sobretudo na manipulação excessiva da informação, provocando efeitos imbecilizantes mais ou menos ostensivos. É o caso do advertising que pretende causar um tipo de influência imperceptível muito efetiva, porque se apoia em estratégias refinadas de conhecimento especializado. É fundamental preservar o ambiente crítico e autocrítico para poder reduzir e controlar a informação.

Nos últimos anos, assiste-se ao crescente interesse pelos estudos voltados à competência informacional, o qual se reflete, principalmente, no número de publicações sobre o assunto e extrapola os domínios da biblioteconomia e da ciência da informação. O propósito deste artigo é, portanto, oferecer um panorama internacional, histórico e conceitual das pesquisas sobre a competência informacional, procurando mostrar alguns dos diversos desdobramentos que a reflexão sobre o tema tem apresentado nos últimos anos em países onde seu processo de legitimação já se encontra consolidado, de modo a iluminar possíveis campos de pesquisa e de ação para o profissional bibliotecário. Esta pesquisa aponta que, se os estudos iniciais acerca do tema se dedicavam a conceituá-lo, a discutir sua pertinência e a determinar habilidades e conhecimentos que lhe são inerentes, na última década pode-se perceber a proliferação de pesquisas direcionadas a descrever iniciativas ou a propor modelos em áreas que ultrapassam o campo usual, tais como ciências médicas, direito, política e informática, dentre outros. Os primeiros resultados encontrados nesta etapa da pesquisa encaminham para uma perspectiva educacional e filosófica da competência informacional, o que sugere a necessidade de maior aprofundamento e caracterização da competência informacional sob quatro dimensões: técnica, estética, ética e política, que servem tanto à competência quanto à informação.