Buscando um novo consenso quanto à identidade, questionamos, neste artigo: O que é Ciência de Informação? O que o cientista da Informação faz? As tentativas para responder essas questões são dadas na esperança de estimular a discussão que ajudará a esclarecer a natureza, o campo e o nosso trabalho.

Introdução: Apresenta um panorama da Ciência da Informação em três momentos. Inicialmente, seu surgimento e consolidação na década de 1960, como confluência de vários fatos: a distinção em relação à Arquivologia, à Biblioteconomia e à Museologia; a relação com a Documentação; a ocupação do espaço institucional da Biblioteconomia; as atividades dos primeiros “cientistas da informação”; as tecnologias da informação; e o uso da Teoria Matemática. Objetivo: Analisar a ampliação vivida nas décadas seguintes com o desenvolvimento de subáreas, das caracterizações do campo e da evolução do conceito de informação. Metodologia: Revisão de Literatura. Resultados: São apresentadas as tendências contemporâneas: as sistematizações da área, os três modelos para o estudo da informação e o desafio recente de diálogo com a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia. Conclusões: muitos processos e eventos aconteceram no campo da Ciência da Informação nestes últimos 45 anos. Diferentes subáreas foram formadas, conceitos formulados e reformulados, caracterizações problematizadas e discutidas, relações com outros campos de conhecimento tensionadas e concretizadas.

O projeto de pesquisa Mediação da Informação e Múltiplas Linguagens, ainda não concluído, possibilita, no momento, a veiculação de resultados parciais. Entre eles, destacam-se a própria conceituação de mediação da informação – mesmo que de forma embrionária –; a distinção entre mediação implícita e explícita – oriunda da concepção de que a mediação da informação envolve e determina todo o fazer do profissional da informação –; a presença, no conceito, da concepção de interferência e de apropriação; a idéia de mediação pré-questão e pós-questão; a concepção de informação como efêmera, dependente do sujeito – embora interferindo sobre ele –, fluida e causadora de inquietações e de dúvidas; com base nessa concepção de informação, o trabalho do profissional da informação tem como essência uma quase-informação ou, como passamos a denominá-la, proto-informação; e a proposta de direcionarmos nossas discussões sobre a mediação da informação como objeto da área da Ciência da Informação.

Apresenta-se uma revisão de literatura sobre a trajetória da Arquivologia destacando o reconhecimento de três visões sobre os arquivos (histórica gerencial e informacional). Considera-se que há uma visão histórica dos arquivos que se estabelece com o modelo de instituição arquivística típica do século XIX, que privilegia a dimensão patrimonial de acervos custodiados, para servirem à produção historiográfica. O quadro histórico da primeira metade do século XX é o elemento de fundo para a identificação do surgimento de uma visão gerencial dos arquivos. A demanda de eficiência estatal, frente aos problemas da “explosão documental” por parte dos países desenvolvidos, no período chamado entre – guerras, e o ambiente de difusão das idéias de administração científica, delineariam o surgimento do conceito e das práticas de gestão de documentos. O outro enfoque é a visão informacional dos arquivos. O discurso da importância da informação como recurso estratégico do ponto de vista do desenvolvimento e da orientação de sucesso das organizações, se faz presente, por exemplo, nas aplicações dos sistemas de recuperação de informação aos arquivos. Uma necessidade de atualização das práticas arquivísticas relacionada aos discursos, difundidos no final do século XX, que concedem a informação uma condição de elemento fundamental na constituição da realidade. Observa-se o surgimento de movimentos de normalização das práticas arquivísticas na direção de sua aproximação de iniciativas internacionais para a interoperabilidade dos sistemas informacionais.

Os brasileiros que frequentaram cursos nos Estados Unidos e estagiaram nos Arquivos Nacionais de Washington conheceram o prof. Ernst Posner, antigo membro dos Arquivos da Prússia e, desde 1939, professor da American University, de Washington, na qual se oferecem cursos para arquivistas. Todos dele se recordam com a melhor impressão e não esquecem suas lições e sua figura, misto de erudito germânico, de humanista europeu e de arquivista profissional. Creio que poucos ensaios especializados terão tanta força de generalização, tanto espírito de crítica e concentração, como este trabalho, que oferece uma valiosa síntese da evolução e dos problemas dos arquivos desde a Revolução Francesa até 1940.

A ampliação do uso das tecnologias da informação tem provocado a redefinição dos modelos de serviços de informação. Aborda-se a concepção de serviço de informação voltado para o usuário e suas implicações no planejamento e gestão de serviços arquivísticos. Analisa-se a literatura das últimas décadas sobre estudos de usuários em arquivos. A ênfase em estudos de usuários em arquivos tem sido maior nos níveis de satisfação com os serviços fornecidos e menos na identificação das demandas informacionais dos usuários. Os desafios daí resultantes – expansão do uso da informação arquivística e o efetivo diálogo entre arquivistas e usuários – inserem-se no cenário da gestão arquivística, mas também no da pesquisa e formação profissional.

Com o objetivo de contribuir para a superação da equivocidade que envolve o conceito de interdisciplinaridade, começamos por uma proposta de estabilização do sentido da palavra. Num segundo momento, procura-se mostrar que aquilo que explica o carácter recorrente com que o conceito, apesar de equívoco, continua a ser utilizado, é a procura de uma resposta positiva para o fenómeno avassalador da especialização, a tentativa de ultrapassar os graves cultos culturais, institucionais e heurísticos dele decorrentes. Finalmente, defende-se que a interdisciplinaridade é a manifestação de uma transformação epistemológica em curso e apontam-se aquelas que nos parecem ser as suas duas consequências principais: o alargamento do conceito de ciência e a transformação da Universidade.

Artigo relata duas conferências, Encontro dos Estudantes de Arquivologia no VII Congresso de Arquivologia do Mercosul, realizado em Viña del Mar, Chile, 23 de novembro de 2007, sobre as responsabilidades éticas e cidadãs na formação do arquivista; Mesa-Redonda o papel social, instrumental e político dos arquivos no Seminário Arquivo, Memória. Fundação Cultural de Santos. Santos, SP, 28 de agosto de 2009. Arquivos são essenciais, ferramentas, cidadanias, direito, historiografia, ações administrativas, técnicas, científicas, pois são provas fundamentais na eficiência da administração pública e privada. Arquivos são instrumentos insubstituíveis para a administração pública/privada, devido ao fato de integrarem os mecanismos de decisão e de ação e, nesse sentido, deveriam ter lugar tanto nas políticas públicas como nas estratégias empresariais no conhecimento práxis.