As funções arquivísticas são entendidas como o que se espera no desempenho do profissional de Arquivologia. A trajetória da arquivística corroborou para que os canadenses, mais precisamente representados por Carol Couture e Yves Rosseau, admitissem sete funções existentes dentro da área. Eles as entendiam como tarefas que o profissional de arquivo deve desempenhar. E como uma função pode ser primordial para a concepção da outra, interligando-se. Tendo em vista que o saber (científico) e o fazer (prática) são, de certa forma, intrínsecos na área, subentende-se que as funções arquivísticas devem ser parte das instituições arquivísticas. Essas funções são: a produção/criação; avaliação, classificação, descrição, difusão, preservação e aquisição, que devem ser as atividades a serem realizadas por uma instituição arquivística. Ou seja, se todas elas forem corretamente executadas, o nível de organização e de gestão tende a estar numa qualidade formidável. Este artigo tem por objetivo apresentar as funções e sua importância para ajudar a delimitar o que deve ser o papel do arquivista e das instituições, dessa forma uma tentativa para abrir o debate sobre qual ministério/secretaria a instituição deve estar atrelada.

Na Arquivologia existe a dualidade de conceitos para o objeto de estudo desta área: documento e informação. O estudo foi embasado na identificação de conceitos utilizados por diferentes autores que estabelecem definições de objeto de estudo. O objetivo geral consistiu em identificar os caminhos que conduz em a teoria do conhecimento em Arquivologia e suas implicações, partindo da identificação de seu(s) objetos de estudo e com os objetivos específicos: contribuir com as reflexões epistemológicas da área; colaborar na busca de elementos que proporcionem fundamentação teórica da arquivologia enquanto área de conhecimento; contextualizar o desenvolvimento dos conceitos dos objetos da arquivologia. A metodologia foi a reflexão descritiva, de caráter qualitativo, fundamentada em pesquisa bibliográfica. Entende se que tanto os princípios, teorias quanto os objetos científicos de uma área, são frutos de construções e contextos que se formaram durante seu desenvolvimento e vão sendo revisitados/repensados, modificando se durante o tempo. Acredita-se não ser possível desvincular informação e documento, portanto, considera se como objeto de estudo da Arquivologia, o documento de arquivo com a finalidade de dar acesso à informação.

O presente artigo analisa o contexto, o conteúdo e as principais repercussões provocadas pela Instrução n.14, emitida pelo então ministro do Interior francês, Conde de Duchâtel, em 1841. O texto, considerado basilar para o desenvolvimento da arquivística, fundamenta o princípio de respeito aos fundos, ainda hoje o mais importante preceito para a organização e classificação de arquivos. Para além da análise de conteúdo da instrução, este artigo visa realizar uma espécie de “arqueologia” do princípio referido, contribuindo assim para o debate e a consolidação do pensamento arquivístico.

O conceito/noção de memória norteia diversas práticas de constituição do patrimônio documental por parte dos arquivos públicos. Este processo é configurado na arquivologia pelo conjunto de técnicas identificadas como avaliação e seleção de documentos. Tais técnicas, porém, tendem a não referir-se, de forma verticalizada, aos pressupostos e implicações teóricas do conceito/noção de memória. No Brasil, este processo adquire matizes específicos, considerando-se a periferização dos arquivos públicos em relação ao Estado e à sociedade.

Neste artigo, são apresentadas seis correntes teóricas da ciência da informação: os estudos de natureza matemática (incluindo a recuperação da informação e a bibliometria), a teoria sistêmica, a teoria crítica, as teorias da representação, os estudos em comunicação científica e os estudos de usuários. É analisado o conceito de informação em cada uma destas teorias e identificado como, historicamente, tais teorias contribuíram para consolidar um paradigma positivista para o campo. Por fim, são analisadas contribuições recentes que buscam apontar limitações no conceito de informação deste paradigma e possibilidades de superação a partir de novos conceitos e ideias.

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar a Descrição Arquivística aplicada a documentos em diversos formatos, inclusive o eletrônico, que se constitui, neste momento, em um dos maiores desafios dos profissionais de informação, bibliotecários e arquivistas, que devem propiciar o acesso à informação contida nos documentos arquivísticos em seus meios. Este trabalho é facilitado quando a aplicação da Descrição Arquivística é padronizada seguindo normas específicas. Foram estudadas a Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística [ISAD (G)], a Norma Internacional de Registro de Autoridade Arquivística para Entidades Coletivas, Pessoas e Famílias [ISAAR (CPF)] e outras ações, constituindo em iniciativas para padronizar a aplicação da Descrição Arquivística, que se processa por meio de instrumentos de pesquisa, os quais explicam os documentos de arquivo, quanto à sua gestão, identificação e localização, além de situar o pesquisador quanto ao contexto e o sistema de arquivo que o gerou. A apresentação e disponibilização dos documentos e instrumentos de pesquisa na web se dá por intermédio da aplicação de padrões de metadados, neste caso, é a utilização do Encoded Archival Description (EAD).

Este artigo objetiva discutir a questão da acessibilidade no âmbito dos estudos de uso da informação arquivística. Apontando os arquivos como importantes unidades de informação e o papel da arquivologia na contemporaneidade, aborda a concepção dos estudos híbridos de uso da informação no contexto arquivístico a partir da definição dos estudos de usuários. Neste contexto, discute a acessibilidade quanto à informação em unidades de informação arquivística por meio do direito à informação; do acesso físico; do acesso às tecnologias da informação e comunicação; e do acesso intelectual. Destaca a iniciativa de arquivos acessíveis na internet. Conclui com a proposta de promoção dos estudos híbridos de uso da informação voltados à questão da inclusão e da acessibilidade, ampliando a abordagem “arquivos direcionados para os usuários”, tratando o acesso à informação arquivística a partir do seu direito instituído.

Esta primeira introdução, escrita para fins didáticos, pretende ser um texto básico conciso em que os conceitos centrais da arquivística são definidos e explicados de forma coerente, de forma não polêmica e partindo de um ponto de vista desinstitucionalizado. Não se destina a apoiar ou rejeitar uma única teoria, mas a fornecer uma visão geral. Deve ser lido como uma síntese de uma variedade de ideias e pontos de vista compartilhados, não como um manifesto de uma nova abordagem da arquivística. Se houver algo de novo, pode estar localizado na apresentação coerente e integrada. Nesta cartilha da ciência arquivística, a anotação foi evitada.

O objetivo do presente trabalho é traçar breves considerações a respeito do Mundaneum, instituição criada de acordo com a visão de Paul Otlet e Henri La Fontaine, que pretendiam organizar a informação com vistas a dispor conhecimento ao alcance de todos. A partir de uma análise documental, intenciona-se abordar aspectos relativos à gênese, percurso histórico e papel desse museu na contemporaneidade. Foi possível evidenciar o difícil percurso dos idealizadores desse projeto e pontuar os desafios enfrentados na busca pela consolidação da importância da proposta de trabalho da referida instituição.