Ante o despontar das tecnologias digitais, a disponibilidade dos recursos informacionais da rede mundial de computadores suscitou novas possibilidades de comunicar os acervos arquivísticos ao seu público. Nesse cenário, a potencialidade de tais recursos ampliou os horizontes de busca e recuperação da informação dos arquivos, produzindo efeitos sobre a difusão de seus acervos. O presente trabalho aborda o fenômeno de uma nova geração de instrumentos arquivísticos de referência, a partir do caso do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), principal instrumento de referência disponibilizado pelo Arquivo Nacional, sob a ótica de User Experience(UX) Design. Parte-se de revisão bibliográfica e, em seguida, promove-se a coleta e análise de dados segundo uma adaptação de métodos empíricos com normas de usabilidade. A partir dos resultados obtidos, buscou-se compreender a percepção dos usuários acerca dessa ferramenta e identificar seus recursos e funcionalidades passíveis de alterações, a fim de facilitar e otimizar a experiência dos usuários. Os resultados indicam uma insuficiência dos instrumentos de referência online das instituições arquivísticas para atingir seu amplo público, em que pesem os critérios de inteligibilidade, operacionalidade e satisfação dos usuários.

As funções arquivísticas são entendidas como o que se espera no desempenho do profissional de Arquivologia. A trajetória da arquivística corroborou para que os canadenses, mais precisamente representados por Carol Couture e Yves Rosseau, admitissem sete funções existentes dentro da área. Eles as entendiam como tarefas que o profissional de arquivo deve desempenhar. E como uma função pode ser primordial para a concepção da outra, interligando-se. Tendo em vista que o saber (científico) e o fazer (prática) são, de certa forma, intrínsecos na área, subentende-se que as funções arquivísticas devem ser parte das instituições arquivísticas. Essas funções são: a produção/criação; avaliação, classificação, descrição, difusão, preservação e aquisição, que devem ser as atividades a serem realizadas por uma instituição arquivística. Ou seja, se todas elas forem corretamente executadas, o nível de organização e de gestão tende a estar numa qualidade formidável. Este artigo tem por objetivo apresentar as funções e sua importância para ajudar a delimitar o que deve ser o papel do arquivista e das instituições, dessa forma uma tentativa para abrir o debate sobre qual ministério/secretaria a instituição deve estar atrelada.

Na Arquivologia existe a dualidade de conceitos para o objeto de estudo desta área: documento e informação. O estudo foi embasado na identificação de conceitos utilizados por diferentes autores que estabelecem definições de objeto de estudo. O objetivo geral consistiu em identificar os caminhos que conduz em a teoria do conhecimento em Arquivologia e suas implicações, partindo da identificação de seu(s) objetos de estudo e com os objetivos específicos: contribuir com as reflexões epistemológicas da área; colaborar na busca de elementos que proporcionem fundamentação teórica da arquivologia enquanto área de conhecimento; contextualizar o desenvolvimento dos conceitos dos objetos da arquivologia. A metodologia foi a reflexão descritiva, de caráter qualitativo, fundamentada em pesquisa bibliográfica. Entende se que tanto os princípios, teorias quanto os objetos científicos de uma área, são frutos de construções e contextos que se formaram durante seu desenvolvimento e vão sendo revisitados/repensados, modificando se durante o tempo. Acredita-se não ser possível desvincular informação e documento, portanto, considera se como objeto de estudo da Arquivologia, o documento de arquivo com a finalidade de dar acesso à informação.

O presente artigo analisa o contexto, o conteúdo e as principais repercussões provocadas pela Instrução n.14, emitida pelo então ministro do Interior francês, Conde de Duchâtel, em 1841. O texto, considerado basilar para o desenvolvimento da arquivística, fundamenta o princípio de respeito aos fundos, ainda hoje o mais importante preceito para a organização e classificação de arquivos. Para além da análise de conteúdo da instrução, este artigo visa realizar uma espécie de “arqueologia” do princípio referido, contribuindo assim para o debate e a consolidação do pensamento arquivístico.

O conceito/noção de memória norteia diversas práticas de constituição do patrimônio documental por parte dos arquivos públicos. Este processo é configurado na arquivologia pelo conjunto de técnicas identificadas como avaliação e seleção de documentos. Tais técnicas, porém, tendem a não referir-se, de forma verticalizada, aos pressupostos e implicações teóricas do conceito/noção de memória. No Brasil, este processo adquire matizes específicos, considerando-se a periferização dos arquivos públicos em relação ao Estado e à sociedade.

Neste artigo, são apresentadas seis correntes teóricas da ciência da informação: os estudos de natureza matemática (incluindo a recuperação da informação e a bibliometria), a teoria sistêmica, a teoria crítica, as teorias da representação, os estudos em comunicação científica e os estudos de usuários. É analisado o conceito de informação em cada uma destas teorias e identificado como, historicamente, tais teorias contribuíram para consolidar um paradigma positivista para o campo. Por fim, são analisadas contribuições recentes que buscam apontar limitações no conceito de informação deste paradigma e possibilidades de superação a partir de novos conceitos e ideias.

Esse estudo objetivou elaborar recomendações para harmonização entre formação, profissão e trabalho no campo arquivístico brasileiro, com base na análise das relações entre currículo, legislação e concursos públicos. Para isso analisaram-se as disciplinas curriculares da Escola de Arquivologia da Unirio, as atribuições profissionais do arquivista segundo a lei 6.546/1978 e as competências e habilidades do arquivista descritas em editais de concursos públicos entre 2018 e 2019, do Poder Executivo Federal, regidos pela lei 8.112/1990. Realizou-se pesquisa bibliográfica em áreas diversas como Teorias Curriculares, Direito Administrativo e História da Arquivologia. Também se efetuou pesquisa documental sobre o curso de Arquivologia da Unirio, a lei sobre regulamentação profissional e os concursos públicos para arquivistas. Analisaram-se as disciplinas curriculares quanto aos conteúdos e quanto aos objetos, as atribuições legais do arquivista quanto aos seus objetos e quanto à natureza de suas ações e áreas relacionadas e as competências e habilidades do arquivista descritas em editais quanto à natureza de suas ações e áreas relacionadas e quanto aos seus conteúdos. A partir da análise de dados compreenderam-se as relações de abrangência entre atribuições legais do arquivista, competências e habilidades do arquivista descritas em editais de concursos públicos e disciplinas curriculares da Escola de Arquivologia da Unirio. Também se identificou a ênfase dada em cada um desses três elementos. A análise das relações entre disciplinas curriculares, atribuições legais, competências e habilidades do arquivista em editais de concursos públicos contribuiu para a elaboração de nove recomendações para harmonização entre formação, profissão e trabalho no campo arquivístico brasileiro: 1 — A estrutura curricular dos cursos de Arquivologia precisa refletir os contextos regionais e institucionais conforme os parâmetros de flexibilização da Lei de Diretrizes e Bases; 2 — O currículo dos cursos de Arquivologia deve articular referências disciplinares da área, atribuições legais da profissão e demandas do mundo do trabalho; 3 — O projeto pedagógico do curso deve expressar a construção de um currículo que abranja as dimensões de interdisciplinaridade da Arquivologia; 4 — O conjunto dos componentes curriculares do curso deve cobrir com equilíbrio todas as atribuições legais da profissão do arquivista; 5 — A construção do currículo, a descrição no projeto pedagógico e o quadro de disciplinas curriculares devem considerar o âmbito gerencial do arquivista; 6 — O domínio científico do arquivista deve ser aprofundado pelas disciplinas curriculares de Arquivologia; 7 — A dimensão educacional entre Arquivologia e Educação deve ser fortalecida na estrutura curricular dos cursos de Arquivologia; 8 — A estrutura curricular dos cursos de Arquivologia deve ampliar e atualizar permanentemente os conteúdos sobre o universo digital e as atribuições do arquivista nesse contexto; 9 — O processo de formação do arquivista deve enfatizar a história da Arquivologia no Brasil.

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar a Descrição Arquivística aplicada a documentos em diversos formatos, inclusive o eletrônico, que se constitui, neste momento, em um dos maiores desafios dos profissionais de informação, bibliotecários e arquivistas, que devem propiciar o acesso à informação contida nos documentos arquivísticos em seus meios. Este trabalho é facilitado quando a aplicação da Descrição Arquivística é padronizada seguindo normas específicas. Foram estudadas a Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística [ISAD (G)], a Norma Internacional de Registro de Autoridade Arquivística para Entidades Coletivas, Pessoas e Famílias [ISAAR (CPF)] e outras ações, constituindo em iniciativas para padronizar a aplicação da Descrição Arquivística, que se processa por meio de instrumentos de pesquisa, os quais explicam os documentos de arquivo, quanto à sua gestão, identificação e localização, além de situar o pesquisador quanto ao contexto e o sistema de arquivo que o gerou. A apresentação e disponibilização dos documentos e instrumentos de pesquisa na web se dá por intermédio da aplicação de padrões de metadados, neste caso, é a utilização do Encoded Archival Description (EAD).

Esta pesquisa visa compreender a questão do uso da informação orgânica arquivística por intermédio de uma perspectiva condicionada ao esquema de tomada de decisão do usuário e ao seu comportamento diante do uso das informações. Dessa maneira, o arquivo é encarado com um serviço de acesso à informação, levando-se em consideração a intensa contribuição do campo de estudo do comportamento informacional. Diante disso, analisa-se o nível de pertinência do registro na resolução do problema suscitado, o impacto do objeto informacional nos processos organizacionais e até que ponto o documento de arquivo logrou o êxito almejado. Para isso, três cenários são estudados em três organizações distintas. O primeiro cenário engloba o usuário e seu ambiente de trabalho; o segundo destaca as formas de utilização dos documentos de arquivo. E por último, a imagem que o gestor apresenta do arquivo enquanto serviço.